sexta-feira, 1 de julho de 2016

Por que jogar coisas velhas fora?

Ah, eu sei o quanto é difícil o ato de abrir mão das coisas quando você se apega a elas, parece que aquilo criar vida, sentimentos, uma razão... Não, é só um objeto... 
Não, não é só apenas um simples objeto, tem um história ali, não tem? 




De onde aquilo veio, a época que aquilo chegou, a desculpa para aquilo chegar ali, o que isso trouxe ou tirou, para que serve ou um dia serviu, como aquilo ficou em você, ou como ficou naquela decoração, mesmo se ficou ridículo, ou se ficou perfeito... Só de olhar as antigas sensações voltam, é como se todos os motivos saltassem para os olhos e fizesse um pequeno incêndio na alma, fazendo todas as cinzas novas lembrarem as antigas, fazendo tudo fazer sentido como antes...
Algumas pessoas tem a facilidade enorme de se livrar de coisas, mesmo que um dia as tenha amado, como um presente de amor, que um dia foi o objeto mais preferido, aquilo que conectava a pessoa quem a deu a ela, e de repente o objeto está no lixo, como todos os sentimentos pela pessoa, descartados, como se não fosse nada agora, agora não pertencem a pessoa, e sim ao lixo, ao passado, para traz. Mas está certo, você deveria fazer isso, tem coisas que só fazem peso, ocupam espaço, por mais que sejam conexões para sentimentos felizes, você sabe bem o que tem no meio do “dia feliz” para o “dia final”... O motivo para o “dia final”, e toda vez que você olha para aquele objeto, é como se você esticasse a mão para alcançar o “dia feliz”, e então os dias tristes machucassem você, como uma criança tentando pular um portão cheio de grades pontudas, ela não consegue chegar do outro lado, consegue ver, mas não atravessa, mas a dor é real... Você tem o objeto de lembrança feliz, mas só vai alcançar as lembranças tristes... Então pra que guardar?
Jogar fora é um jeito de se livrar dos rastros que levam a um passado feliz, mas com tristes lembranças no meio que levaram ao fim... Você joga fora todas as munições, assim você não poderá dar um tiro de surpresa em você mesmo, você apaga as evidências, e tenta prosseguir em boa parte fingindo que não aconteceu, e em outra usando aquilo de aprendizagem para que não aconteça de novo.
Mas você não pode jogar fora o que tem dentro de você, você pode jogar tudo de fora para fora, pode até se livrar de coisas que não tem relação... Mas é no vazio que os pensamentos aflorassem, e o passado acha um meio de assombrar... 
Ok, por isso as pessoas ficam o tempo todo se entretendo, o tempo todo jogando coisas fora e comprando coisas novas, o tempo todo se livrando de amigos velhos e fazendo novos amigos, o tempo todo se mantendo conectado a mil coisas, o tempo todo mudando as cores das paredes, mudando os moveis de lugar, o tempo do evitando se despedir, mas sumindo, e dando oi para pessoas desconhecidas... 
Porque ninguém desapegou de verdade, as pessoas simplesmente estão jogando evidencias fora e fazendo de tudo para não pensar no assunto... Esse é o segredo de não sofrer por amor?
Você não esquece coisas do dia para noite, você não esquece o que disse, não esquece a reação dele, não esquece a resposta insensível e o como ele desapareceu, te deixando no vácuo, te deixando chorando, te deixando sozinha... Você pode destruir tudo, mas não aquilo dentro de você, pois isso sim está destruindo algo, está destruindo você (é, eu estou falando de algo que aconteceu comigo aqui)
Mas se pode encher a cabeça de merda, se manter entretido, se manter em movimento, e não deixar a escuridão de pensamentos te consumir...
...
Eu... Realmente não posso...
Não dá para jogar lembranças fora, como se jogam objetos… Não dá para mover lembranças, como se movem objetos... Simplesmente não dá...

Eu sou uma acumuladora de lembranças e memorias perdidas...

2 comentários:

  1. Oi Cecy!


    Meu Príncipe contou que antes de me conhecer, foi apaixonado por outra.
    Naquela época ele pagava os melhores fotógrafos da cidade por qualquer foto que conseguissem dela, os fotógrafos a seguiam, invadiam o condomínio fechado para tirar fotos dela na piscina, entravam escondido na casa dos pais da garota, seguiam a menina até a escola, uma loucura.
    O Príncipe também era amigo do irmão da menina, que dava cobertura, ele chegou a "plantar" um urso e uma fita de vídeo que o Príncipe fez com declarações de amor, e a menina surtou legal, ficou histérica ao imaginar que o Príncipe tivesse entrado no quarto dela, jogou tudo no lixo.
    Ele sempre soube que ela tinha namorado, e era tão cego que não se importava, a garota se casou com esse cara e pariu dois filhos.
    O Príncipe juntou uma pilha de 1,50m só de fotos da sujeita no meio da sala, jogou álcool e colocou fogo, lavou as cinzas, e nunca mais quis saber da garota.
    Enquanto as fotos queimavam, ele caiu em si de que o sentimento era unilateral, o amor não acabou ali, simplesmente nunca existiu.


    Beijinhos ^^

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  2. Oi Cecy

    Eu concordo com você...
    Somos como uma enorme estação de trem. Várias pessoas passam na nossa vida, algumas deixam marcas eternamente profunda, outras deixam apenas marcas leves que conforme o tempo passa elas se vão. Mas esquecidas ou perdidas não! Ainda que não se ame, você vai carregar a pessoa dentro de si por muito tempo. Antes do Duda, ouve um rapaz que eu gostei demais. Sabe aqueles amores platônico, que balança tudo, e que mesmo o cara não me querendo eu insistia. Era como martelar uma faca no próprio coração.
    Eu sou bem casada, e amo meu marido. Mas esse moço deixou marcas eternamente profundas. Não gosto de ver ele, ou saber dele. Não o amo, e nem gosto mais. Mas as marcas, as lembranças, as memórias sempre ficam. Mas o que VOCÊ faz com elas é que é a tal diferença. Como o Príncipe da Anita, eu lavei meu próprio coração. Eu entendi, eu saquei, eu me vi no espelho e enxerguei além de tudo aquilo que eu criei em mim mesma. E eu percebi que o tal amor entre mim, e outro moço nunca existiu. Nem eu por ele, e nem ele por mim.

    Beijos :)

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